Crescimento e nodulação de Sesbania virgata com estirpes nativas e introduzidas
Resumo
A leguminosa Sesbania virgata é uma espécie nativa da América do Sul e utilizada em áreas degradadas e no reflorestamento de matas ciliares. Esta espécie realiza o processo de fixação biológica de nitrogênio (FBN) com o microssibionte Azorhizobium doebereinerae, resultando em uma simbiose específica e eficiente. O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento e a nodulação de Sesbania virgata por estirpes nativas e introduzidas em solos do sudoeste piauiense. Os tratamentos foram constituídos por amostras de quatro solos, coletadas em ecossistemas representativos da região em áreas de vegetação nativa. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com dez repetições, e os tratamentos arranjados em esquema fatorial 4 × 4, constituídos por quatro classes de solo e quatro tratamentos de N (a- inoculação com a estirpe BR 5401; b- adubação com N mineral; c- adubação com N mineral e inoculação com a BR 5401; d- sem N mineral e sem inoculação). Aos 60 dias após a semeadura, as variáveis analisadas foram: número e massa seca de nódulos, os parâmetros morfológicos das mudas, suas relações, e o índice de qualidade de Dickson. A estirpe BR 5401 só foi capaz de nodular as raízes das plantas de Sesbania virgata quando estas foram cultivadas no Organossolo, nas épocas úmida e seca, e, no Neossolo Flúvico, apenas na época seca, mostrando-se pouco adaptada aos solos do sudoeste piauiense. A nodulação por estirpes nativas ocorreu apenas nas mudas de S. virgata cultivadas no Neossolo Flúvico, na época seca. Os maiores índices de qualidade de Dickson são obtidos nas mudas de Sesbania virgata cultivadas no Organossolo e no Neossolo Flúvico.
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