Porta-enxertos e enxertia de castanheira-do-brasil pelo método da borbulhia em placa

Palavras-chave: enxerto, Bertholletia excelsa, propagação vegetativa

Resumo

Grande parte da produção de castanha-do-brasil é oriunda do extrativismo em áreas nativas, sendo o sucesso da exploração em sistemas de cultivo altamente dependente de técnicas de propagação vegetativa, para manutenção das características genéticas e encurtamento do período juvenil de genótipos selecionados. Este estudo teve como objetivos determinar a idade ótima de porta-enxertos de castanheira para realização da enxertia por borbulhia em placa, bem como verificar a porcentagem de sobrevivência de enxertos e o crescimento inicial de brotações de diferentes genótipos em Roraima. Para isso foram instalados dois experimentos no delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos foram arranjados em esquema de parcela subdividida no tempo, sendo genótipos as parcelas e tempos de avaliação as subparcelas. Foram avaliadas variáveis de crescimento dos porta-enxertos e porcentagem de enxertos vivos e variáveis de crescimento das brotações dos enxertos. Os porta-enxertos atingiram porte recomendado para enxertia entre os 26 e 34 meses após o plantio, indicando crescimento mais lento quando comparado com outros locais. Aos 120 dias após a enxertia foram obtidas porcentagens de sobrevivência de enxertos variando de 25% a 100%, dependendo do genótipo do enxerto. A porcentagem média geral de sobrevivência foi superior a 70%. O crescimento (altura, diâmetro e número de brotações laterais) das brotações observado para alguns genótipos é indicativo da adaptação desses às condições de cultivo consideradas. Como a castanheira é uma espécie perene, tanto o crescimento em idades mais avançadas, quanto a futura produtividade e longevidade das plantas deverão ser monitoradas.

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Publicado
2020-12-22
Seção
Artigos Científicos