Crescimento de espécies madeireiras em uma floresta acreana e compatibilidade com a legislação florestal
Resumo
O diâmetro do fuste das árvores é uma medida de grande importância silvicultural por permitir múltiplos cálculos dendrométricos, entre estes o volume, portanto, o crescimento do diâmetro é fundamental na determinação do crescimento volumétrico das árvores. O objetivo deste estudo é avaliar por meio de cintas dendrométricas o crescimento de espécies madeireiras em uma área manejada no estado do Acre, possibilitando relacionar a intensidade exploratória da colheita e os ciclos de corte referenciais da legislação com a capacidade de reposição da floresta. Por cinco anos, foram monitoradas 509 árvores distribuídas em cinco classes diamétricas (DAP variando de 9,5 cm a 140,0 cm) e pertencentes a 27 espécies. O crescimento individual diamétrico médio foi de 0,542 cm ano–1 e o volumétrico de 0,053 m3 ano–1. Em geral, as correlações entre o crescimento diamétrico com o DAP e as características das árvores foram muito baixas. O ciclo de corte médio encontrado foi 40,8 anos, variando de 9,3 a 97,9 anos entre as espécies monitoradas. Os resultados indicam que as intensidades e os ciclos de corte da legislação florestal estão superestimados e são incompatíveis com a capacidade de restabelecimento da floresta.
Downloads
Referências
ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico. Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre Fase II Documento síntese – escala 1:250.000. Rio Branco: SEMA, 2006, 355 p.
ARAUJO, H.J.B.; CORREIA, M.F. Índices técnicos e econômicos da colheita madeireira com microtrator substituindo animais em manejo florestal comunitário. Revista de Ciências Agrárias, v. 57, n. 2, p. 146-155, 2014.
ARAUJO, H.J.B.; SILVA, I.G. Lista de espécies florestais do Acre (ocorrência com base em inventários florestais). Rio Branco: Embrapa Acre, Documentos 48, 2000, 77p.
BRAZ, E.M.; SCHNEIDER, P.R.; MATTOS, P.P.; SELLE, G.L.; THAINES, F.; RIBAS, L.A.; VUADEN, E. Taxa de corte sustentável para manejo das florestas tropicais. Ciência Florestal, v. 22, n. 1, p. 137-145, 2012.
CAMPOS, J.C.C.; LEITE, H.G. Mensuração Florestal: perguntas e respostas. Viçosa: Editora UFV, 2009, 542 p.
CHAMBERS, J.Q.; HIGUCHI, N.; SCHIMEL, J. Ancient trees in Amazonia. Nature, n. 391, p. 135-136, 1998.
COSTA, D.H.M.; SILVA, J.N.M.; CARVALHO, J.O.P. Crescimento de árvores em uma área de terra firme na floresta nacional do Tapajós após a colheita de madeira. Revista de Ciências Agrárias, n. 50, p. 63-76, 2008.
DE GRAAF, N.R. A silvicultural system for natural regeneration of tropical rain forest in Suriname. Wageningen: Wageningen Agricultural University, 1986, 250 p.
FIGUEIREDO, E.O.; SCHROEDER, R.; PAPA, D.A. Fatores de forma para 20 espécies florestais comerciais da Amazônia. Rio Branco: Embrapa Acre, Comunicado Técnico 173, 2009, 4 p.
FIGUEIREDO FILHO, A.; HUBIE, S.R.; SCHAAF, L.B.; FIGUEIREDO, D.J.; SANQUETTA, C.R. Avaliação do incremento em diâmetro com o uso de cintas dendrométricas em algumas espécies de uma Floresta Ombrófila Mista localizada no Sul do Estado do Paraná. Ciências Exatas e Naturais, v. 5, n. 1, p. 69-84, 2003.
FINEGAN, B.; CAMACHO, M. Stand dynamics in a logged and silviculturally treated Costa Rican rain forest, 1988-1996. Forest Ecology and Management, n. 121, p. 177-189, 1999.
GOURLET-FLEURY, S.; GUEHL, J.M.; LAROUSSINIE, O. Ecology and management of a neotropical rainforest. Lessons drawn from Paracou, a long-term experimental research site in French Guiana. Paris: Elsevier, 2004, 326 p.
HIGUCHI, N.; CHAMBERS, J.Q.; SILVA, R.P.; MIRANDA, E.V.; SANTOS, J.; ILDA, S.; ROCHA, R.M.; PINTO, A.C.M.; SOUZA, C.A.S. Uso de bandas metálicas e dendrômetros automáticos para a definição de padrão de crescimento individual das principais espécies arbóreas da floresta primária da região de Manaus, Amazonas, Brasil. In: HIGUCHI, N.; SANTOS, J.; SAMPAIO, P.T.B.; MARENCO, R.A.; FERRAZ, J.; SALES, P.C.; SAITO, M.; MATSUMOTO, S. (Eds.). Projeto Jacarandá Fase II: Pesquisas Florestais na Amazônia Central. Manaus: Jacaré, 2003, p. 55- 68.
HOSOKAWA, R.T.; MOURA, J.B.; CUNHA, U.S. Introdução ao manejo e economia de florestas. Curitiba: UFPR, 1998, 162 p.
HUSCH, B.; MILLER, C.I.; BEERS, T.W. Forest Mensuration. 3rd ed. New York: John Wiley & Sons, 1982, 402 p.
IMANÃ ENCINAS, J.; SILVA, G.F.; PINTO, J.R.R. Idade e crescimento das árvores. Brasília: UnB, Comunicações Técnicas Florestais 7, 2005, 40 p.
MATTOS, P.P.; OLIVEIRA, M.F.; AGUSTINI, A.F.; BRAZ, E.M.; RIVERA, H.; OLIVEIRA, Y.M.M.; ROSOT, M.A.D.; GARRASTAZU, M.C. Aceleração do crescimento em diâmetro de espécies da Floresta Ombrófila Mista nos últimos 90 anos. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 30, n. 64, p. 319-326, 2010.
POORTER, L.; BONGERS, F. Ecology of tropical forests. Wageningen: Agricultural University, 1993, 223 p.
PRODAN, M.; PETERS, R.; COX, F.; REAL, P. Mensura Forestal. San José: Instituto Interamericano de Cooperación para la Agricultura, 1997, 562 p.
SHIMAKURA, S.E. Coeficiente de determinação. 2006. Disponível em: <http://leg.ufpr.br/~silvia/CE003/node76.html>. Acesso em: 15/08/2015.
SILVA, R.P.; SANTOS, J.; TRIBUZY, E.S.; CHAMBERS, J.Q.; NAKAMURA, S.; HIGUCHI, N. Diameter increment and growth patterns for individual tree growing in Central Amazon, Brazil. Forest Ecology and Management, n. 166, p. 295-301, 2002.
SIST, P.; FERREIRA, F.N. Sustainability of reduced-impact logging in the Eastern Amazon. Forest Ecology and Management, n. 243, p. 199-209, 2007.
SOARES, C.B.S.; PAULA NETO. F.; SOUZA, A.L. Dendrometria e inventário florestal. Viçosa: UFV, 2006, 276 p.
TOLEDO, G.L.; OVALLE, I.I. Estatística Básica. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1995, 459 p.
ZANON, M.L.B.; FINGER, C.A.G. Relação de variáveis meteorológicas com o crescimento das árvores de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze em povoamentos implantados. Ciência Florestal, v. 20, n. 3, p. 467-476, 2010.
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação. Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho em repositório institucional ou como capítulo de livro, desde que citem a Revista. Como o acesso aos artigos da Revista é gratuito, estes não poderão ser utilizados para fins comerciais. Os conteúdos publicados são de inteira e exclusiva responsabilidade de seus autores. No entanto, os editores poderão proceder a ajustes textuais, de adequação às normas da Revista e à ajustes ortográfico e gramatical, visando manter o padrão culto da língua e do periódico. A não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998).