Fragmentação florestal na Região de Integração do Lago de Tucuruí, Pará, Brasil
Resumo
O processo de fragmentação florestal ocasiona danos severos à biodiversidade, devido ao efeito de borda que ocorre nos fragmentos. O objetivo deste estudo foi avaliar a fragmentação florestal na Região de Integração do Lago de Tucuruí, estado do Pará. Para mapear os fragmentos florestais, realizou-se uma classificação supervisionada de imagens Landsat 8 OLI/TIRS. Os fragmentos foram divididos em seis classes de tamanho: classe 1 (< 10 ha), classe 2 (≥ 10 e < 50 ha), classe 3 (≥ 50 e < 100 ha), classe 4 (≥ 100 e < 500 ha), classe 5 (≥ 500 e < 1000 ha) e classe 6 (> 1000 ha). Utilizou-se o Fragstats 4.2 para calcular métricas de área, densidade, borda, forma, área central (simulações de efeito de borda: 30 m, 60 m, 90 m, 120 m), proximidade e contágio. Contabilizou-se 10.273 fragmentos na paisagem, dos quais a maioria (4.446 ou 43,28%) pertencem à classe 1. Embora em maior número, os fragmentos das menores classes totalizam menor área de floresta remanescente. O total de bordas e a densidade de bordas não seguiram um padrão correspondente ao tamanho dos fragmentos. Os maiores fragmentos possuem a maior quantidade de área central, estando menos propensos ao efeito de borda, apesar de terem formatos mais irregulares. Constatou-se que a vegetação remanescente está com alto grau de fragmentação e isolamento dos fragmentos na paisagem. Na Região de Integração do Lago de Tucuruí, Itupiranga é o município com a vegetação que mais favorece a conservação da biodiversidade, enquanto Nova Ipixuna é o que mais demanda ações de conservação.
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