Inquérito sorológico para leptospirose em condutores de carroças e equídeos de tração em Belém, Pará
Resumo
O presente trabalho teve como objetivo realizar um inquérito soroepidemiológico para leptospirose em condutores de carroças e equídeos de tração que circulam pela cidade de Belém, Estado do Pará. Foram analisadas 250 amostras, das quais 70 pertenciam a condutores de carroças e 180 a equídeos. As amostras foram testadas na prova de soroaglutinação microscópica empregando-se uma coleção de 24 estirpes de leptospiras vivas. Os condutores foram submetidos a um questionário destinado à obtenção de informações sobre variáveis sociais, ocupacionais e ambientais. A frequência de sororreagentes para leptospiras foi de 55% (39/70) e 76% (138/180) para condutores de carroças e equídeos, respectivamente. Os sorovares mais frequentes nos condutores foram: Icterohaemorrhagiae (15,40%), Bratislava (12,90%), Butembo (10,25%), Autumnalis (7,70%) e Copenhageni (7,70%). Já os equídeos apresentaram reações para os sorovares Icterohaemorrhagiae (40/29%), Autumnalis (13/9,4%), Butembo (12/8,6%), Castellonis (11/7,9%) e Copenhageni (10/7,2%). Os bairros do Coqueiro, Bengui, Pratinha e Tapanã apresentaram maior frequência de condutores de carroças e equídeos sororreagentes. Quanto às características ocupacionais, foi constatada maior frequência de indivíduos reagentes entre os que relataram exercer a atividade de condutores de carroças por cinco anos. Os condutores e os equídeos de tração apresentaram reações sorológicas para a maioria de sorovares de Leptospira, o que pode indicar a possibilidade de exposição de ambos à mesma fonte de infecção ou que os equídeos estivessem atuando como fontes de infecção para os condutores de carroças. Nas duas situações, a leptospirose nos condutores examinados pode ser considerada como uma doença de caráter ocupacional.
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Referências
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