Agroclimatic risk zoning for Grape cultivation in the Hydrographic Basin of Paraná River III, Brazil

Palavras-chave: videira, agrometeorologia, planejamento agrícola

Resumo

A ampla capacidade de adaptação da videira a diferentes climas e o aprimoramento da tecnologia de produção foram fundamentais para a expansão da produção em boa parte do território brasileiro, tornando umas das principais frutas produzidas no país, com notória importância socioeconômica. A espécie apresenta vulnerabilidade decorrente a sua sensibilidade a doenças fúngicas, demonstrando a importância de estudos climáticos para aprimorar suas técnicas de produção e manejo. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi realizar o zoneamento agrícola de risco climático para a videira na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná III. Foram selecionadas as três principais variedades comerciais para o Estado, sendo estas: Uvas rústicas (Vitis labrusca), Uvas finas de mesa (Vitis vinifera) e Uvas finas para vinificação (Vitis vinifera). Para isso foram utilizados dados meteorológicos de 43 estações com série temporal de 1976-2018. A análise do risco climático foi pautada nas exigências climáticas da espécie, sendo estas, precipitação, deficiência hídrica anual, temperatura média, umidade relativa e o risco de geada tardia. Para as uvas finas de mesa e uvas rústicas todas as regiões avaliadas se mostraram aptas para o plantio. Por ser mais sensível a propagação de doenças, as uvas finas para a vinificação apresentaram restrição na porção leste e em pequenas áreas do Sul e Oeste da Bacia. As principais variáveis meteorológicas restringentes foram a umidade relativa do ar elevada e a temperatura.

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Biografia do Autor

Leonardo Rodrigues, Universidade Estadual de Londrina – UEL, Rodovia Celso Garcia Cid/km 380, 86.057-970, Londrina, Paraná, Brasil.

Atualmente é graduando do curso de Geografia da Universidade Estadual de Londrina e colaborador em projetos de pesquisa tangentes às geotecnologias, geoprocessamento, análise ambiental e gestão de resíduos sólidos.

Luis Gustavo Batista Ferreira, Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR, Rodovia Celso Garcia Cid/km 375, 86.047-902, Londrina, Paraná, Brasil.

Engenheiro Agrônomo graduado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), entre os anos de 2008 a 2012, aprovado no primeiro Processo Seletivo (Vestibular) prestado. Tenho experiência em Melhoramento Genético Vegetal, pelo IAPAR, instituição pela qual atuei como Bolsista de Iniciação Científica, com financiamento Federal do PIBIC/CNPq, pelo Projeto de Pesquisa caracterização e conservação dos Recursos Genéticos de Trigo. Ao termino da bolsa de IC, recebi o conceito ÓTIMO, o melhor conceito do IAPAR atribuído a bolsista, pela qualidade do Relatório Científico e pela apresentação no XIX Seminário do Programa de Iniciação Científica do Trabalho, intitulado "Caracterização, Conservação e Pré-Melhoramento de Recursos Genéticos de Trigo no Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR)". Experiência em condução de trabalhos de campo, laboratórios e Pesquisa Científica e em manejo e pesquisa de plantas medicinais e aromáticas.

Mestre em Agricultura Conservacionista formado pelo Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), área de concentração em Manejo Conservacionista dos Recursos Naturais e Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por ter sido aprovado no Processo Seletivo de Mestrado, em segunda colocação na área de concentração. Tenho experiência em Docência Universitária (para bolsistas da CAPES) para Graduação em Agronomia da UniFil - Centro Universitário Filadélfia, disciplina de agrometeorologia.

Daniel Soares Alves, Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR, Rodovia Celso Garcia Cid/km 375, 86.047-902, Londrina, Paraná, Brasil.

Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal de Minas Gerais onde atuou, durante 3 anos, como bolsista no Programa de Educação Tutorial (PET). Desenvolveu trabalhos de pesquisa visando a domesticação e cultivo de espécies medicinais em escala industrial em empresas farmacêuticas multinacionais (Merck e Quercegen Agronegócios I). Possui especialização em Administração Rural pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), mestrado em Agronomia, pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e doutorado em Engenharia de Sistemas Agrícolas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), atua na área de Agrometeorologia e Ecofisiologia Vegetal do Instituto de Desenvolvimento Rual IAPAR EMATER realizando trabalhos direcionados às relações hídricas, modelagem e a produção das culturas. É professor no Centro Universitário Filadélfia (UNIFIL) ministrando disciplinas de Agrometeorologia, Irrigação, Topografia e Geoprocessamento aplicado à Agricultura. Tem experiência agronômica nas áreas de Agrometeorologia, Irrigação, Geoprocessamento, Fertirrigação, Fisiologia Vegetal, Fertilidade do Solo, Propagação e Manejo de Plantas.

Paulo Henrique Caramori, Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR, Rodovia Celso Garcia Cid/km 375, 86.047-902, Londrina, Paraná, Brasil

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1976), mestrado em Agrometeorologia pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiróz" (1982), doutorado em Agrometeorologia - Mcgill University (1992) e pós-doutorado pela UNICAMP/CEPAGRI (2006). Participou da montagem do Sistema Meteorológico do Paraná (SIMEPAR). Foi presidente da Sociedade Brasileira de Agrometeorologia no biênio 2003-2005. Pesquisador voluntário do Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Agrometeorologia, atuando principalmente nos seguintes temas: balanço hidrico, café, geadas, sistemas de alerta, modelagem agroclimática, monitoramento agroclimático, sistemas agroflorestais, risco climático, épocas de semeadura, zoneamento agrícola, sensoriamento remoto da atmosfera e mudanças climáticas e impactos na agricultura. Coordenou os programas "Alerta Geada" para a cafeicultura, Zoneamento Agrícola do Paraná e Monitoramento Agroclimático do Paraná. Foi editor associado das revistas científicas Bragantia e Revista Brasileira de Agrometeorologia. Recebeu a Láurea Sergio Westphalen da Sociedade Brasileira de Agrometeorologia em 2009, em reconhecimento pelos trabalhos de pesquisa desenvolvidos na área. Coordenou a Área de Ecofisiologia do IAPAR durante grande parte da atuação profissional. Líder dos grupos de pesquisa "Recuperação de áreas degradadas com sistemas agrícolas" e "Mudanças climáticas: tendências, impactos e medidas mitigatórias no estado do Paraná?. Pesquisador e professor credenciado do curso de pós-graduação em Bioenergia da Universidade Estadual de Londrina. Editor associado da revista Coffee Science. Foi coordenador do curso de Pós-Graduação acadêmica em Agricultura Conservacionista do IAPAR de 2013 a 2014 e é responsável pela disciplina de Agrometeorologia.

Marcelo Augusto de Aguiar e Silva, Universidade Estadual de Londrina – UEL, Rodovia Celso Garcia Cid/km 380, 86.057-970, Londrina, Paraná, Brasil

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1999), mestrado em Agronomia (Irrigação e Drenagem) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001) e doutorado em Agronomia (Irrigação e Drenagem) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2007). Atualmente é professor nível superior da Universidade Estadual de Londrina - UEL. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Agrometeorologia e Irrigação e Drenagem, atuando principalmente nos seguintes temas: manejo do ambiente protegido, uso racional de água na agricultura, manejo do solo e molhamento foliar.

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Publicado
2021-07-20
Seção
Artigos Científicos