Diversidade genética do gênero Prunus com base na avaliação per se de porta-enxertos clonais de pessegueiro
Resumo
A aplicação de análises multivariadas e quantificação da divergência genética fornecem parâmetros que favorecem a seleção de porta-enxertos superiores. O objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade técnica do uso de parte da diversidade genética do gênero Prunus como porta-enxerto clonal do pessegueiro ‘BRS-Libra’. O pomar experimental faz parte de uma rede nacional de avaliação de porta-enxertos para prunáceas, sob a coordenação geral da Embrapa Clima Temperado. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso e a coleta de dados ocorreu no ciclo produtivo 2016/2017. Foram realizadas análises físicas (área de secção do tronco, massa média de frutos) e química (sólidos solúveis), além da quantificação da produtividade estimada das plantas. Os dados obtidos foram submetidos ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk, ao nível 5% de probabilidade, sendo posteriormente realizado o agrupamento dos porta-enxertos através do método hierárquico UPGMA. A realização do agrupamento resultou na formação de cinco grupos. As cultivares do grupo I, Mirabolano 29C e Marianna 2624, apresentaram incompatibilidade de enxertia com a cultivar BRS-Libra. Semelhantemente, as cultivares do grupo II apresentaram sintomas característicos de incompatibilidade de enxertia, resultando em pouco desenvolvimento. Os grupos III e IV são compostos por cultivares que apresentaram baixo e médio vigor, com boas perspectivas de uso para formar pomares em alta densidade, enquanto as cultivares do grupo V destacaram-se por apresentar alto vigor, recomendadas para pomares de baixa densidade. O uso de diferentes porta-enxertos influencia no comportamento da cultivar BRS-Libra no vigor e produção de frutos, havendo divergência genética entre eles.
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