Diversidade socioprodutiva conciliada ao manejo florestal madeireiro como alternativa de sustentabilidade para comunidades extrativistas, Santarém/PA

Palavras-chave: Produção, Diversificação, Agricultura familiar

Resumo

A diversidade socioprodutiva da agricultura familiar é de extrema importância para a sustentabilidade e reprodução social das comunidades na Amazônia.  Este estudo tem como objetivo analisar as práticas produtivas das comunidades, visando identificar espécies, produtos e/ou subprodutos que possam gerar renda e/ou alimento para famílias extrativistas da Gleba Nova Olinda I, Santarém/PA. A metodologia utilizada foi a entrevista semiestruturada e a ferramenta calendário produtivo do Diagnóstico Rural Participativo (DRP). Sobre as comunidades pesquisadas, estas desenvolvem atividades socioprodutivas de: exploração de Produtos Florestais Não-Madeireiros (PFNM), cultivo de roça, criação de animais, caça e pesca. Dentre os PFNM, destacam-se: castanha-do-pará, copaíba e o breu, entretanto, outros produtos também são extraídos da floresta para o consumo familiar, como: bacaba, patauá, buriti, uxi e pequiá. O principal produto produzido é a mandioca para produção de farinha, servindo para consumo familiar e o excedente para venda, além deste, também são produzidos: milho, arroz, feijão, abóbora e melancia. O principal animal criado é a galinha, que serve tanto como alimento, quanto para venda em caso de necessidade familiar. A caça e a pesca são atividades de estrema importância para garantir alimentos para as famílias, que consomem mais de 12 espécies diferentes de peixes e mais de 19 espécies diferentes de animais. Torna-se importante o investimento no processo de governança local, visando que as comunidades possam adquirir maior autonomia das práticas econômicas e produtivas agrícolas tradicionais, e não dos PMFS, visto que possuem pouca experiência quanto ao envolvimento e domínio da atividade florestal.

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Biografia do Autor

Gustavo Schwartz, Embrapa Amazônia Oriental

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em 1999, mestrado em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) em 2001 e doutorado em Ecologia e Manejo Florestal pela Universidade de Wageningen (WUR) na Holanda em 2013. Atualmente é Pesquisador A na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Unidade Amazônia Oriental em Belém (PA) e Docente Permanente no Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Campus de Belém. Desenvolve pesquisas em Ecologia (Populações e Comunidades), Manejo, Silvicultura, Recuperação e Conservação de Florestas Tropicais.

Nilma Borges

Tem experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, atuando principalmente nos seguintes temas: agricultura familiar, açaí-manejo-enriquecimento- várzea, açaí-manejo - terra firme e açaí ? programa de desenvolvimento, sistema de produção de cacau, agricultura de baixa emissão de carbono e educação ambiental.

André Santos, Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS)

Pós graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho na Universidade da Amazônia, graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural da Amazônia.

Rafael Neves, Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS)

Engenheiro Florestal graduado na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) em setembro de 2013. Obteve o título de Mestre em Ciências Florestais na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) em fevereiro de 2016. Atualmente é Doutorando no Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

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Publicado
2020-06-11
Seção
Nota Científica