Mudanças na dinâmica de uso das florestas secundárias em Altamira, Estado do Pará, Brasil

  • Maristela Marques Silva ¹ Programa de Pós-graduação em Ciências Agrárias. Universidade Federal Rural da Amazônia –UFRA, Instituto de Ciências Agrárias- ICA, Av. Perimetral, 2501, Terra Firme, 66077-901, Belém, Pará, Brasil.
  • Francisco Assis Oliveira ² Universidade Federal Rural da Amazônia –UFRA, Instituto de Ciências Agrárias- ICA, Av. Perimetral, 2501, Terra Firme, 66077-901, Belém, Pará, Brasil.
  • Antônio Cordeiro Santana ³ Universidade Federal Rural da Amazônia –UFRA, Instituto Socioambiental e Recursos Hídricos-ISARH, Av. Perimetral, 2501, Terra Firme, 66077-901, Belém, Pará, Brasil.

Resumo

 As áreas de florestas secundárias são importantes componentes dos sistemas de produção agrícolas desenvolvidos no município de Altamira. O objetivo deste estudo foi analisar a dinâmica de mudanças no uso das florestas secundárias, caracterizando os principais fatores que determinam o estoque de floresta secundária e o período de pousio em propriedades de agricultores familiares. A pesquisa foi desenvolvida no Projeto de Assentamento Assurini, no município de Altamira, e os dados foram obtidos através de entrevistas com 50 famílias que residem em quatro locais distribuídos ao longo do assentamento. As análises dos dados foram realizadas com base na análise de regressão linear múltipla. As florestas secundárias estão presentes em 86% dos estabelecimentos estudados, existindo 77 áreas em regeneração, com uma média de 7,7 hectares de floresta secundária por propriedade. A análise de regressão indicou que as áreas de floresta primária, pastagem, cultivos de cacau influenciam o estoque de floresta secundária. O período médio de pousio das florestas secundárias do assentamento foi de 6,3 anos. Este período, quando comparado com outros estudos feitos em Altamira, foi maior, pois as famílias possuem uma diversidade de áreas de florestas secundária nas propriedades. No entanto, a maioria das famílias não pode desmatar as florestas primárias para implantar novos cultivos, e as florestas secundárias são a opção para expandir a produção agrícola no assentamento.

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Biografia do Autor

Maristela Marques Silva, ¹ Programa de Pós-graduação em Ciências Agrárias. Universidade Federal Rural da Amazônia –UFRA, Instituto de Ciências Agrárias- ICA, Av. Perimetral, 2501, Terra Firme, 66077-901, Belém, Pará, Brasil.
Professora de Ecologia e Botânica do Curso de Agronomia da Universidade Federal do Pará no Campus de Altamira, atualmente cursando o Curso de Doutorado em Ciências Agrárias da UFRA

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Publicado
2015-08-25
Seção
Artigos Científicos